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Novembro 07 2011

Dedicado aos alunos do 9º ano que gostam de ler

 

 

A rapariga que roubava livros, de Markus Zusak

 

É um livro muito recente. Tem como narradora... a Morte, e conta a história de uma menina que, durante o terrível período do nazismo, encontra a Morte por três vezes, mas continua viva, apesar de perder quase todas as pessoas de quem gosta. A sua paixão pela leitura e pelas palavras leva-a a roubar livros. É uma leitura apaixonante, que revela o poder das palavras e dos livros, mesmo nos momentos mais difíceis.

 

Aqui ficam os parágrafos iniciais, em português do Brasil, só para abrir o apetite:

 

«Morte e Chocolate

Primeiro, as cores.

 

Depois, os humanos.

Em geral, é assim que vejo as coisas.

Ou, pelo menos, é o que tento.

 

EIS UM PEQUENO FATO

Você vai morrer.

Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto,
embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais
forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser
animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me
peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.

reação ao fato supracitado

Isso preocupa você?

Insisto — não tenha medo.

Sou tudo, menos injusta.

 

— É claro, uma apresentação.

 

Um começo.

 

Onde estão meus bons modos?

 

Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é
necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma
gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me
erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus
braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora
gentilmente.

 

Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.)
Estará solidificado(a) em seu corpo. Talvez haja uma descoberta; um grito
pingará pelo ar. O único som que ouvirei depois disso será minha própria
respiração, além do som do cheiro de meus passos.

 

A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para
buscar você? Que dirá o céu?

 

Pessoalmente, gosto do céu cor de chocolate. Chocolate escuro, bem escuro. As
pessoas dizem que ele condiz comigo. Mas procuro gostar de todas as cores que
vejo — o espectro inteiro. Um bilhão de sabores, mais ou menos, nenhum deles
exatamente igual, e um céu para chupar devagarinho. Tira a contundência da
tensão. Ajuda-me a relaxar.

uma pequena teoria

As pessoas só observam as cores do dia

no começo e no fim,

mas, para mim, está muito claro que o

dia se funde através de

uma multidão de matizes e entonações,

a cada momento que passa.

Uma só hora pode consistir em milhares

de cores diferentes.

Amarelos céreos, azuis borrifados de

nuvens. Escuridões enevoadas.

No meu ramo de atividade, faço questão

de notá-los.

Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração. Ela preserva
minha sanidade. Ajuda-me a agüentar, considerando-se há quanto tempo venho
executando este trabalho. O problema é: quem poderia me substituir? Quem tomaria
meu lugar, enquanto eu tiro uma folga em seus destinos-padrão de férias, no
estilo resort, seja ele tropical, seja da variedade estação de inverno? A
resposta, é claro, é ninguém, o que me instigou a tomar uma decisão consciente e
deliberada — fazer da distração minhas férias. Nem preciso dizer que tiro férias
à prestação. Em cores.

 

Mesmo assim, é possível que você pergunte: por que é mesmo que ela precisa de
férias? De que precisa se distrair?

 

O que me traz à minha colocação seguinte.

 

São os humanos que sobram.

 

Os sobreviventes.

 

É para eles que não suporto olhar, embora ainda falhe em muitas ocasiões.
Procuro deliberadamente as cores para tirá-los da cabeça, mas, vez por outra,
sou testemunha dos que ficam para trás, desintegrando-se no quebra-cabeça do
reconhecimento, do desespero e da surpresa. Eles têm corações vazados. Têm
pulmões esgotados.

 

O que, por sua vez, me traz ao assunto de que lhe estou falando esta noite,
ou esta manhã, ou seja lá quais forem a hora e a cor. É a história de um desses
sobreviventes perpétuos — uma especialista em ser deixada para trás.

 

É só uma pequena história, na verdade, sobre, entre outras coisas:

 

* Uma menina

 

* Algumas palavras

 

* Um acordeonista

 

* Uns alemães fanáticos

 

* Um lutador judeu

 

* E uma porção de roubos

Vi três vezes a menina que roubava livros.»

 

O livro é tão recente que (ainda) não está adaptado ao cinema. Se quiserem conhecer a história, terão mesmo que o ler. Está nas nossas prateleiras à vossa espera.

Se alguém pensar em apresentá-lo na aula, aqui ficam alguns links de utilidade:

http://leiturasemclube.blogspot.com/2011/07/rapariga-que-roubava-livros-markus.html - um bom blogue sobre livros, artigo sobre ESTE livro

http://magia-livros.blogspot.com/2011/06/rapariga-que-roubava-livros.html - outro blogue sobre livros - apesar de alguns erros, que revelam um(a) autor(a) muito jovem, o artigo sobre o livro é interessante

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?sid=94652261113117589176692474&nitem=1859015 - site de uma livraria brasileira, com uma boa sinopse do livro

http://pt.wikipedia.org/wiki/Markus_Zusak - artigo (breve, porque ele é muito jovem ainda) da wikipedia sobre o autor, cuja fotografia deixo aqui:

 

 

 

 


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